Efeitos das políticas econômicas restritivas sobre a condição de saúde dos brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.14295/jmphc.v12.971Palavras-chave:
Política de Saúde, Gastos em Saúde, Recessão Econômica, Indicadores de Morbimortalidade, Nível de SaúdeResumo
Identificar a descrição na literatura nacional dos efeitos das políticas econômicas restritivas adotadas pelo Brasil, especialmente a partir de 2015, sobre os principais indicadores das condições de saúde dos brasileiros. Revisão narrativa da literatura, realizada com base em pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde Pública – BVS. A busca baseou-se na técnica de funil, combinando-se diversos descritores relacionados ao tema. No total, obteve-se 19 publicações incluídas nesta revisão, disponíveis gratuitamente e que atingiram os critérios estabelecidos. Os principais temas trabalhados no material bibliográfico dizem respeito a análises relacionadas ao contexto de crise econômica e restrições e suas implicações na saúde bucal dos brasileiros e em taxas de mortalidade geral, materna, infantil, precoce, tardia e pós-neonatal. Juntas, as temáticas relacionadas a problemas odontológicos e à mortalidade figuram em 79% dos artigos analisados. As principais variáveis explicativas associadas aos indicadores de saúde foram: renda familiar (citada em 42% das publicações) e gasto público per capita e/ou como proporção ao Produto Interno Bruto (26%). Em um momento em que o Sistema Único de Saúde passa a ser ameaçado pela adoção de ajustes recessivos, há que se compreender, pelas lições depreendidas da experiência de outros países, que o Brasil tende a assumir o risco de se tornar mais um exemplo de como a escolha pela redução ou corte de gastos na área da saúde pode comprometer a saúde e até a vida dos brasileiros.
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