Potencialidades da epidemiologia baseada em esgoto nas ações da Atenção Primária à Saúde em tempos de pandemia pela COVID-19

Autores

  • Alexandra Fátima Saraiva Soares Ministério Público do Estado de Minas Gerais
  • Bárbara Caroline Ricci Nunes Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Flávia Cristina Rodrigues Costa Universidade Federal de Minas Gerais
  • Luís Fernando de Morais Silva Universidade Federal de Minas Gerais
  • Luís Paulo Souza e Souza Universidade Federal do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v12.1004

Palavras-chave:

Infecções por Coronavirus, Betacoronavirus, Vigilância Epidemiológica Baseada em Águas Residuárias, Atenção Primária à Saúde, Vigilância em Saúde Pública

Resumo

Com a presença de materiais genéticos do SARS-CoV-2 nas fezes de indivíduos infectados e em amostras de esgotos sanitários, novos desafios surgiram nas discussões sobre a COVID-19, destacando-se a Epidemiologia Baseada em Esgoto. Considerando o papel que a Atenção Primária à Saúde – APS desempenha na redução da incidência da infecção na população adscrita, com impacto direto nos índices de morbimortalidade, e levando em conta os desafios advindos das novas pesquisas de monitoramento dos esgotos, neste artigo, buscou-se discurtir as pontencialidades da Epidemiologia Baseada em Esgoto nos serviços da APS frente à COVID-19 no Brasil. O monitoramento do esgoto poderia subsidiar ações regionalizadas de contenção do vírus na APS, permitindo antecipar a mobilização dos serviços em áreas potencialmente em risco - onde a circulação do vírus seja detectada pelo monitoramento dos esgotos. Pela característica singular de ter o território como núcleo de análise e atuação, com as informações advindas dos esgotos, os serviços da APS poderiam organizar práticas educativas em cada comunidade, considerando as especificidades locais, a fim de potencializar a coordenação do cuidado e seus demais atributos. A Epidemiologia do Esgoto traria contribuições singulares aos serviços da APS, sendo capaz de monitorar tendências espaciais e temporais, produzir resultados em tempo quase-real (por meio de biossensores), gerar informações em escala populacional e determinar a situação da COVID-19 dentro e entre as comunidades. Ademais, demandaria menos gasto público, quando comparado aos testes clínicos. Frente às limitações financeiras e operacionais para a testagem em massa no Brasil, e mesmo com as limitações quanto à cobertura ideal dos serviços de saneamento em todas as cidades, os esgotos surgem como mais um ponto a ser considerado neste momento pandêmico, apresentando-se como uma ferramenta que pode fornecer um diagnóstico coletivo nas comunidades, somando no fortalecimento dos sistemas de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental no país.

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Biografia do Autor

Alexandra Fátima Saraiva Soares, Ministério Público do Estado de Minas Gerais

Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG). Brasil.

 

Bárbara Caroline Ricci Nunes, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Departamento de Engenharia Química, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMG). Brasil.

Flávia Cristina Rodrigues Costa, Universidade Federal de Minas Gerais

Programa de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (PPGSMARH), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Brasil.

Luís Fernando de Morais Silva, Universidade Federal de Minas Gerais

Programa de Pós-Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (PPGSMARH), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Brasil.

Luís Paulo Souza e Souza, Universidade Federal do Amazonas

Curso de Graduação em Medicina, Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Brasil.

Programa de Pós-Graduação em Cuidado Primário em Saúde (PPGCPS), Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Brasil

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Publicado

25-07-2020

Como Citar

1.
Saraiva Soares AF, Nunes BCR, Costa FCR, Silva LF de M, Souza e Souza LP. Potencialidades da epidemiologia baseada em esgoto nas ações da Atenção Primária à Saúde em tempos de pandemia pela COVID-19. J Manag Prim Health Care [Internet]. 25º de julho de 2020 [citado 24º de novembro de 2024];12:1-10. Disponível em: https://jmphc.com.br/jmphc/article/view/1004

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