Avaliação do risco de Transtorno Depressivo pela Escala de afetos positivos e negativos (PANAS) em pacientes submetidos à cintilografia de perfusão miocárdica em um hospital universitário

Autores

  • Lucas Saraiva da Silva Universidade Federal Fluminense
  • Daniele Francine Pereira Universidade Federal Fluminense
  • Marcos Merula de Almeida Universidade Federal Fluminense
  • Mário Renato Grillo Lage Universidade Federal Fluminense
  • Claudio Tinoco Mesquita Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.14295/jmphc.v7i1.378

Palavras-chave:

Prevalência, Depressão, Doença Arterial Coronariana.

Resumo

A depressão é um transtorno mental que frequentemente coexiste com a doença arterial coronariana (DAC) e outras doenças cardiovasculares (DCV), sendo uma patologia com alta incidência e associada a níveis significativos de incapacidade e sofrimento. Estudos epidemiológicos indicam que a depressão é desproporcionalmente mais comum em pacientes portadores de DAC, com uma prevalência estimada entre 20% e 40%. O objetivo deste trabalho é avaliar o risco de depressão através da Escala de Afetos Positivos e Negativos (PANAS) em pacientes submetidos à cintilografia de perfusão miocárdica em um hospital universitário. Foram selecionados aleatoriamente 98 pacientes que se submeteram à cintilografia de perfusão miocárdica no período de julho a dezembro de 2015 em um hospital universitário do Rio de Janeiro. Antes da realização do exame, os pacientes responderam um questionário contendo a Escala de Afetos Positivos e Negativos (PANAS), validada em muitos estudos epidemiológicos para rastreio de depressão. Essa escala é composta por 10 afetos positivos e 10 afetos negativos, e cada item pode ser pontuado de 1 a 5, o que determina um escore de 10 a 50 pontos para a escala de afetos positivos e para a escala de afetos negativos. Esse mesmo teste foi aplicado no mesmo período a um grupo controle constituído por 80 doadores de sangue saudáveis, sem relato de doenças cardiovasculares. Foram calculadas as médias dos escores de afetos positivos e de afetos negativos dos pacientes submetidos à cintilografia miocárdica e do grupo controle, sendo comparadas posteriormente por análise estatística. A média do escore de afetos positivos dos pacientes submetidos à cintilografia de perfusão miocárdica foi de 25,15 e a média do escore de afetos negativos foi de 26,66. A média do escore de afetos positivos no grupo controle foi de 25,95, enquanto a média do escore de afetos negativos nesse grupo foi de 15,15. A comparação entre as médias dos escores de afetos negativos entre os dois grupos apresentou significância estatística (p<0,001). Esses dados evidenciam que, embora as médias dos escores de afetos positivos tenham sido semelhantes e sem valor estatístico entre os dois grupos, as médias dos escores de afetos negativos divergiram com bastante significância entre os pacientes submetidos à cintilografia e o grupo controle (p<0,001). Esse resultado expressa que os afetos negativos estão presentes com maior intensidade nos pacientes com queixas cardiovasculares e com indicação de exame de cintilografia do que naqueles sem doenças cardíacas. A depressão é uma condição clínica muito prevalente e que apresenta importante relação fisiopatológica com as doenças cardiovasculares, sobretudo a DAC. Desse modo, o diagnóstico precoce dessas comorbidades, a abordagem multiprofissional e o tratamento adequado representam grande benefício na atenção a esses pacientes, visando à redução de morbimortalidade e ao incremento de qualidade de vida. 

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Biografia do Autor

Lucas Saraiva da Silva, Universidade Federal Fluminense

 

 

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Publicado

05-01-2017

Como Citar

1.
da Silva LS, Pereira DF, de Almeida MM, Lage MRG, Mesquita CT. Avaliação do risco de Transtorno Depressivo pela Escala de afetos positivos e negativos (PANAS) em pacientes submetidos à cintilografia de perfusão miocárdica em um hospital universitário. J Manag Prim Health Care [Internet]. 5º de janeiro de 2017 [citado 23º de novembro de 2024];7(1):52-. Disponível em: https://jmphc.com.br/jmphc/article/view/378

Edição

Seção

Seminários, Simpósios e Mesas Redondas