TY - JOUR AU - da Costa Oliveira, Carolina AU - Dias da Silva Guerra , Lúcia PY - 2021/03/17 Y2 - 2024/03/29 TI - Saúde global e crises sanitárias: análise das ações de enfrentamento da pandemia por covid-19 e suas consequências econômicas JF - JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750 JA - J Manag Prim Health Care VL - 12 IS - spec SE - Seminários, Simpósios e Mesas Redondas DO - 10.14295/jmphc.v12.1084 UR - https://jmphc.com.br/jmphc/article/view/1084 SP - 1-2 AB - <p>Em momentos de crises, com destaque para as crises sanitárias globais, é importante discutir alguns fatores que são negligenciados na agenda da saúde global, que de certa forma estão relacionados ao colonialismo e a falta de equidade nas relações políticas e socioeconômicas entre os países no mundo. Dentro do cenário internacional, sabe-se que persistem as múltiplas desigualdades nas relações entre países e isso impacta diretamente na saúde pública global, bem como nas diversas experiências sanitárias que em momentos de crises se agudizam levando a milhões de morte da população em todo o mundo. Um exemplo claro, é o atual momento da pandemia por Covid-19. Em 2020, com a Covid-19, desvelou-se o descaso dos Estados com a saúde da população, escarando a real situação de vulnerabilidades comuns a todos os países. Isso trouxe debates sobre a saúde global e a securitização da mesma ao centro de diversas publicações e discussões midiáticas. Assim, temos um problema de saúde impactando extensamente na economia global e que trouxe a luz nossas desigualdades históricas, econômicas, políticas e sociais. As ações globais para enfrentamento dos efeitos econômicos gerados pelas medidas de contenção da Covid-19 (isolamento social, toques de recolher, fechamento de fronteiras, paralização de atividades não essenciais) são importantes elementos para a discussão sobre auxílios a população, sistema de saúde universal e crises do sistema capitalista. Durante a pandemia um movimento raro ocorreu, países com históricos pouco intervencionistas como Estados Unidos e o Reino Unido, ou seja, países onde o Estado pouco interfere na economia, após esses meses enfrentando a pandemia tiveram ou deverão injetar créditos na economia do país. Esses países, de características pouco intervencionistas, vão preferir conversar diretamente com as empresas, criar medidas de financiamento e incentivos futuros. Já os países de capitalismo dependente, como o Brasil, que já vinham passando por uma crise econômica nos anos anteriores, têm outro modo de agir ao pensar para onde direcionar os auxílios governamentais, não excluindo a possibilidade de investimentos nas empreses, esses países tendem a aplicar medidas para manter a população com o mínimo para sobrevive. Criar linhas de créditos, programas de renda aos trabalhadores autônomos, programas de refinanciamento de dívidas etc. Essas informações demostram a necessidade de se pensar a saúde a partir da sua totalidade, portanto não se pode negar, excluir ou negligenciar a relação intrínseca e fundamental entre saúde e economia. Sendo que, ambas são prioridades, principalmente, quando no <em>rol</em> de discussões e da tomada de decisão está no centro a vida de milhares de pessoas. É visando contribuir para este debate no campo da saúde pública, que este estudo busca evidenciar a relação entre essas desigualdades e as diferentes ações construídas para enfrentar as consequências econômicas da pandemia no cenário da saúde global. Esse estudo tem como objetivo analisar as ações econômicas de diversos países no enfrentamento da crise sanitária global (pandemia) causada pela covid-19. Este estudo é uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados SAGE Journals, SCOPUS, Web of Science e PUBMED/Medline; e no buscador Google Scholar. A pergunta norteadora da revisão é: “Qual a relação entre as desigualdades econômicas e as ações construídas para o enfrentamento da pandemia causada pela covid-19 no cenário da saúde global?”. A partir da decomposição da pergunta norteadora foram retirados os termos para um mapeamento de descritores e sinônimos, para isso utilizou-se os Descritores em Ciência da Saúde da Biblioteca Virtual em Saúde- BVS (DeCS) e o Medical Subjects Headings (Mesh Terms). Os termos escolhidos foram: economia da saúde, economia, saúde global, cooperação internacional, epidemias, pandemias, covid-19 e infecções por coronavírus. E para obtenção de melhores resultados foi testado inicialmente de forma individual cada descritor, e em seguida por combinações. Para essas combinações foram utilizando os operadores booleanos (<em>AND</em> e <em>OR</em>), estes pré-testes possibilitaram elaborar a primeira expressão de busca (sintaxe) que foi testada extensamente nas bases de dados até chegar na sua versão final que produziu o resultado mais satisfatório a partir das buscas realizadas. A sintaxe final foi: <em>Economia da saúde OR Economia AND Saúde global OR Cooperação internacional AND Pandemias OR Epidemias COVID-19 OR infecções por coronavírus.</em> Com o uso da sintaxe foram encontradas 305 publicações nas 4 bases escolhidas para a pesquisa. Deste total, 11 foram excluídos por estarem duplicados ou por serem publicações de outra natureza (ex.: livros, conferências). Cabe destacar que, a revisão teve como critérios de inclusão artigos científicos publicados no ano de 2020, nos idiomas: português, inglês e espanhol. Dos 294 que permaneceram para a revisão de título e resumo, apenas 25 mantiveram para leitura na íntegra. Observou-se que nestes 25, o idioma predominante é o inglês, que existe uma diversidade geográfica nas publicações (ex.: américa latina, china, reino unido). Espera-se com esta revisão integrativa contribuir com a discussão da economia política em saúde, trazendo em tela o fenômeno da pandemia por covid-19. Além disso, buscar-se-á oferecer uma compreensão crítica das ações econômicas tomadas por diversos países para o enfrentamento da crise sanitária global (pandemia) causada pela covid-19, através da relação entre desigualdades econômicas e ações construídas.</p> ER -