@article{de Paula_Gediel_Dias_2017, title={Mulheres Surdas e o acesso às informações acerca da Saúde}, volume={7}, url={https://jmphc.com.br/jmphc/article/view/489}, DOI={10.14295/jmphc.v7i1.489}, abstractNote={<p class="Default">O presente trabalho envolve as temáticas de inclusão e vulnerabilidade social, com o foco nas Mulheres Surdas de classe popular e sua relação com os princípios de igualdade, de respeito à diversidade e de autonomia, inscritos nos princípios da Política Nacional para as Mulheres. Para tanto, realizamos uma pesquisa em uma cidade da Zona da Mata Mineira, durante os anos de 2013 a 2015, com o objetivo de entender como as Mulheres Surdas fluentes em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, que não estão cadastradas nas Estratégias de Saúde da Família (ESFs), adquirem informações acerca de sua saúde. Para ponderar tais informações, tomamos por base o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e as diretrizes do Sistema Único de Saúde, no que tange ao exercício dos direitos sexuais e reprodutivos. A partir do desenvolvimento de um estudo etnográfico, utilizando recursos como caderno de campo, etnografia virtual e entrevistas, foi possível adentrar no cotidiano das mulheres Surdas e identificar 6 agentes, com idade entre 25 e 43 anos, usuárias da LIBRAS e que frequentam as unidades de saúde, mas não estão cadastradas nas ESFs. Para o desenvolvimento do estudo obtivemos recursos via FAPEMIG e CNPq. Segundo os dados obtidos pela pesquisa, percebemos a baixa utilização das unidades de saúde para questões relativas à sexualidade e reprodução. Em contra partida, o uso de tecnologias de informação e comunicação foi evidenciado como <em>agency</em>, ou seja, tais mulheres usufruem das Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs – para buscar entendimento acerca do próprio corpo e sua sexualidade. Outro aspecto a ser destacado é a autonomia das mulheres surdas em relação às questões que envolvem a surdez e sua cultura, com a ênfase na LIBRAS e na identificação de ser Surda de forma positiva, contrapondo-se à deficiência. Ademais, foram constatadas situações de violência de gênero. O acompanhamento familiar mostrou-se de modo tutelar (quando as Surdas apresentam pouca agência sobre sua saúde sexual) ou no sentido de interpretação (no caso em que a filha ouvinte faz a tradução para a mãe Surda). A saúde das mulheres Surdas por vezes é prejudicada devido a fatores como barreira linguística, despreparo profissional, tutela e infantilização pelas instituições famílias e, até mesmo, religiosas, o que interfere também no agenciamento que essas mulheres tem sobre seu próprio corpo. A partir desse conjunto de questões averiguadas, entendemos a importância da visibilidade e reconhecimento da necessidade de melhoria das condições de vida e saúde de uma parcela de mulheres, envolvendo a integralidade da saúde e a incorporação de novos segmentos populacionais ao atendimento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. </p>}, number={1}, journal={JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750}, author={de Paula, Thayane Fraga and Gediel, Ana Luisa Borba and Dias, Mylene Mayara Santos}, year={2017}, month={jan.}, pages={147–147} }